Resenha: Os Três

Sinopse: Quinta-Feira Negra. O dia que nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem, quase no mesmo instante, em quatro pontos diferentes do mundo.

Há apenas quatro sobreviventes. Três são crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma transformação.

A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo suficiente para deixar um alerta em seu celular:

Eles estão aqui.

O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas… Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele…

Essa mensagem irá mudar completamente o mundo.

Título: Os Três
Título Original: The Three
Autor: Sarah Lotz
Páginas: 400
Ano de Lançamento: 2014
Editora: Arqueiro
Gênero: Ficção Sul-Africana

Depois de mais de um mês venho, finalmente, trazer a resenha do livro “Os Três”.

Acho que nunca tinha demorado tanto para ler um livro, mas a culpa não foi dele, foi minha. Esse livro é incrível, mas exige muita concentração por causa do modo como ele foi escrito, como nunca tinha lidado com algo assim achava um pouco estranho. E para piorar, não estava conseguindo me concentrar de nenhuma forma ultimamente. Então, demorei a ler um livro muito bom.

Para quem acompanha o blog sabe que estou utilizando o método da TBR Jar (para saber mais clique aqui) para a escolha do próximo livro que vou ler, porém estava cansada da “mesmice” que andava lendo (romance, drama ou alguma história sobre gato/cachorro). Estava precisando de algo novo. Eis então que encontrei: “Os Três”, esse livro me ganhou pela capa (e depois que minha irmã disse que as bordas das folhas eram pretas, quis ele imediatamente) e quando li o primeiro capítulo soube na hora que ele era o que eu estava procurando. Nas primeiras páginas consegui sentir o terror e o pavor que Pamela sentia ao ver que o avião estava caindo e que iria morrer (por isso o livro também me ganhou. Como no primeiro capítulo já tem a queda de um avião? Achei incrível).

Em “Os três” encontramos uma história dentro de uma história (vocês entenderão já já o motivo), ele traz a história da Quinta-feira Negra que foi um dia marcado pela queda de quatro aviões em quatro lugares diferentes do mundo (EUA, Europa, Japão e África). E que, de uma forma inexplicável, sobreviveram três crianças (Bobby, Jess e Hiro) quase ilesas. A partir daí Sarah nos faz analisar o que levou ao acidente, o motivo das crianças estarem agindo estranho após o que aconteceu e até o porquê (quem sabe?) das crianças terem sobrevivido. Ela traz tudo isso através das conspirações abordadas no livro (a conspiração religiosa, conspiração alienígena, a sorte, etc).

Conspiração Religiosa: Alguns acreditavam que os sobreviventes (as três crianças) eram um verdadeiro milagre, depois começaram a afirmar que elas na verdade eram “sinais” do fim dos tempos (tudo depois da mensagem deixada por Pam). Eles traziam “provas” de que o fim se aproximava e que todos deveriam ser “salvos” (não achei uma palavra melhor) antes do Arrebatamento (onde os escolhidos seriam salvos).

Conspiração Alienígena: Alguns achavam que as crianças haviam sido abduzidas e que elas estavam aqui para nos “vigiar”.

Sorte: Já outros (“contadas” as pessoas) acreditavam somente na sorte, que as pobres crianças tiveram sorte (ou azar?) de sobreviverem.

Ao ler “Os Três” senti como estivesse lendo um… Jornal (?)… Ou algo assim. Pois, Sra. Lotz fez um livro com trechos de “entrevistas” feitas por Elspeth, personagem escritora, para o livro: “Quinta-Feira Negra: Da Queda à Conspiração” (a história dentro da história, ou o livro dentro do livro). A cada novo capítulo um personagem novo aparecia com novos pontos de vista e novas opiniões sobre os acidentes, até que todos fizessem sentido no final (uma história liga a outra).

Sarah trouxe, na minha opinião, um tema muito interessante, pois quantas vezes não vimos os religiosos afirmarem coisas sobre o fim dos tempos (ou algo parecido) somente com especulações nada concretas ao ver um acidente ou algo do tipo (não sei vocês, mas já vi). Sem falar dos que dizem ver alienígenas. Ou que o governo é o grande culpado do “acidente” e está escondendo algo (também é retratado no livro). Quantas vezes não vimos os humanos inventarem histórias que não fazem sentido algum só para o simples fato de aterrorizar os outros, ou só porque eles acreditam nesse fato acham que devem espalhar para todos os outros e criar uma cadeia de opiniões (muitas vezes desnecessárias e falsas) sobre algo que ninguém entende de verdade. Então, a autora me mostrou que nós (isso mesmo: NÓS!) acreditamos no que queremos, mesmo que isso não tenha sentido algum.

E é isso que ela quer saber no final: No que você acredita? Por que as crianças sobreviveram?

Quotes:

“[…] Parece amargo, eu sei, mas a gente descobre quem são os amigos de verdade quando a vida desmorona.” [Pg. 47]

“[…] Se as árvores podem crescer numa superfície tão dura e implacável, uma vida nova pode ser construída sobre o alicerce de qualquer dificuldade.” [Pg. 30-31]

“[…] No fim, é o medo que impede as pessoas. O medo do desconhecido. Do que podemos encontrar no outro mundo.” [Pg. 386]

Jusley A.

P.S.: Apesar de muitas vezes a história parecer real, a Quinta-Feira Negra NÃO existiu (eu pesquisei rsrs);

P.S.2.: Amei o livro, principalmente da página 349 à 390. Nunca me senti tão dentro da história como nele;

P.S.3.: Você não vai ter um “final” concreto, ele tem um final, mas quem escolhe no que vai acreditar é você, logo quem escolhe o final é você. Então se você não gosta de livro “sem” final, não leia;

P.S.4.: Não teve muitos quotes, pois apaguei os arquivos do meu bloco de notas sem querer e perdi tudo ¬¬’

P.S.5.: RECOMENDO.